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mais um sonho. daqueles absurdos. todo prateado, com alienígenas invasores, subterrâneos trens... preciso fugir... só porque vi, não sei ao certo o que vi, mas vi tenho certeza e era pavoroso... preciso fugir...me despedir das coisas, da casa abandonada em pau amarelo, da cama, da mulher ao meu lado que me ajuda a fugir e me faz um último carinho... a mulher é uma garçonete de pub, linda, fiel e bobinha... me ajuda a encontrar as saídas... explodi uma dinamite pela janela... adeus passado, adeus casa da infância e cama onde me escondi embaixo pela última vez. a saída é um labirinto de trilhos e escadas rolantes. muitos níveis abaixo escolho um trem...aleatoriamente... deixo a mulher, deixo ele também. paixão irrealizada e impossível... puro tesão...mas contido... escolho um vagão antigo que mais parece uma carruagem, tento convencer a mulher a vir comigo, suíça, polônia, moscou...deve haver um lugar seguro... ela não vem,fico um pouco aliviada... ele também não vem... peço que me espere, talvez eu volte... quero ter certeza que ele estará lá... o trem parte e eu me abaixo para que ninguém me veja mais, nunca mais... e enquanto se distancia percebo que minhas mãos estão fora de foco e meus pés também, e aos poucos toda eu. meu corpo se transforma num embaçado transparente como uma lembrança que aos poucos vai sendo esquecida.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lembro-me desse sonho.
Você acordou meio afobada.
Contou e recontou ele pra mim ou pra você mesma, não tenho certeza. Nós rimos. É sempre mais fácil lembrar de um sonho quando acordamos e traduzimos ele verbalmente...
Restou-me a dúvida, sou eu a "garçonete de pub, linda, fiel e bobinha..." que te ajuda a encontrar as saídas?
Embora eu pudesse trocar a garçonete por qualquer outra coisa, não achei ruim, mas acho que a carapuça serviu...